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Integrantes da Via Campesina ocupam reunião da CTNBio e votação da liberação de eucalipto transgênico é interrompida


Cerca de 300 pessoas ocuparam a sala durante a reunião. Variedades de milhos resistentes ao 2,4-D e haloxifape já haviam sido aprovadas antes da interrupção. 

Com informações de Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

A votação para a liberação de eucalipto transgênico no Brasil, prevista para ser realizada nesta quinta-feira (5), foi suspensa após manifestações contrárias de integrantes de movimentos sociais. Cerca de 300 camponeses da Via Campesina ocuparam a sala onde estava ocorrendo a reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), cuja pauta previa a votação de liberação do milho resistente ao 2,4-D e haloxifape, além do eucalipto transgênico.

Antes da interrupção, a liberação das duas variedades de milho resistente aos herbicidas já havia sido votada e aprovada. Após a ocupação, a votação para liberação do eucalipto transgênico foi transferida para a primeira quinzena de abril.

Os protestantes apontam que o princípio de precaução – que estabelece que procedimentos não sejam adotados quando não há garantias científicas quanto aos seus impactos ambientais – está sendo ignorado pela CTNBio.

Para o Movimento, a aprovação dos transgênicos implicaria no aumento da quantidade de agrotóxicos utilizados. Exemplo disso é o aumento de seis vezes no volume de utilização do herbicida glifosato, após liberação da soja transgênica no país.

A liberação do eucalipto geneticamente modificado também poderá trazer grandes impactos ambientais. A árvore reduziria sua rotação de seis/sete anos para apenas quatro anos. Com isso, o gasto de água por árvore será maior, o que pode ocasionar os chamados desertos verdes.

Ocupação de centro experimental

Na manhã desta quinta-feira (5) cerca de mil mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também ocuparam a empresa FuturaGene Brasil Tecnologia Ltda, da Suzano Papel e Celulose, no município de Itapetininga, em São Paulo. O centro experimental de produção de eucaliptos transgênicos funciona no local.

A ação fez parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas, e pretende denunciar os males que uma possível liberação de eucalipto transgênio.

Campanha Não Queremos Mais Transgênicos

Manifestando-se contra a liberação das novas variedades de plantas transgênicas no país, estudantes, organizações, movimentos sociais e apoiadores aderiram a campanha Não Queremos Mais Transgênicos. Fotos com cartazes de manifesto contra a aprovação foram postadas em sites, redes sociais, e enviadas a representantes da CTNBio durante a última semana. Cartas de protesto também foram enviadas para o e-mail da Comissão.

A Terra de Direitos também aderiu à campanha.

Confira abaixo algumas fotos:

Equipe Terra de Direitos
 Universidade Estadual de Maringá
Agricultores 
Universidade Federal de Santa Catarina 


Ações: Biodiversidade e Soberania Alimentar, Empresas e Violações dos Direitos Humanos

Eixos: Biodiversidade e soberania alimentar